Eliara Paz Nardes foi condenada nesta terça-feira (5) a uma pena de 64 anos, 10 meses e seis dias de prisão pelo homicídio qualificado de seus dois filhos, Alice Nardes de Oliveira, de 10 anos, e Joaquim Nardes Jardim, de 3 anos, em um julgamento que comoveu a cidade de Guarapuava, no Paraná.
A sentença foi proferida após um júri popular composto por cinco mulheres e dois homens, que consideraram Eliara culpada por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
A acusação de fraude processual, também enfrentada pela ré, foi descartada, resultando em sua absolvição nesse ponto específico. Com a condenação, Eliara voltará à Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, para cumprir a sentença.
O crime, ocorrido em agosto de 2022, chocou a comunidade de Guarapuava e repercutiu intensamente. Na época, Eliara ligou para um amigo advogado confessando ter matado os filhos.
Esse contato foi crucial para que a polícia fosse acionada e os corpos das crianças fossem encontrados. Após a confissão, foi revelado que os corpos permaneceram no apartamento por cerca de 14 dias.
Segundo investigações, Joaquim teria sido morto por sufocamento com um travesseiro, enquanto Alice foi asfixiada com um cachecol. Os corpos foram deixados no quarto de Eliara, sobre a cama e cobertos.
A ré justificou suas ações afirmando que planejava suicidar-se após matar os filhos, alegando estar exausta por cuidar das crianças sozinha. Familiares de Eliara e das crianças, residentes em Santa Catarina, foram impactados pela tragédia e têm buscado respostas para compreender a dimensão do caso.
Este julgamento marca um desfecho legal para um crime que abalou a comunidade e trouxe à tona discussões sobre saúde mental, suporte familiar e os desafios enfrentados por mães em situações de isolamento e sobrecarga.
A condenação reflete o entendimento do tribunal sobre a gravidade dos atos cometidos e busca justiça para as vidas de Alice e Joaquim, perdidas de forma trágica.